quinta-feira, julho 12, 2007

o quinquagésimo miado

Segundo a ciência, este é o ser humano mais feliz do mundo...
O Gato recorda a reportagem do DN, do dia 09/06/2007:
"Em laboratórios de todo o mundo, o estudo do cérebro entrou numa fase detalhada, que permite até chegar a conclusões sobre o grau de felicidade das pessoas. E estes esforços levaram os investigadores a surpreendentes análises comparativas. A mais preciosa cobaia destes estudos (...) é um monge budista de origem francesa, Matthieu Ricard, filho de um famoso filósofo e autor francês, recentemente falecido, Jean-François Revel. (...) Os cientistas nunca encontraram ninguém tão "feliz" e afirmam, em medições quantificáveis, que Ricard é mesmo o homem "mais feliz na Terra". Esta conclusão tem a ver com a medição de certas ondas cerebrais e a actividade no córtex pré-frontal esquerdo, que está associada a pensamentos positivos. Estudos científicos americanos mostram que estão particularmente desenvolvidas estas características cerebrais em monges budistas que praticam um determinado tipo de meditação durante a qual tentam pensar em todos os seres vivos com especial compaixão. (...)
A história da vertente de investigação que levou as neurociências ao budismo começou há uma década, quando Dalai Lama, durante uma visita a uma escola médica americana, fez uma pergunta: pode a mente moldar a matéria? O problema levantado com esta questão aparentemente de resposta negativa partia do pressuposto de que a ciência tinha provado existirem alterações químicas no cérebro e impulsos eléctricos associados a pensamentos ou a emoções. Mas seria possível conceber o inverso, ou seja, os pensamentos produzirem alterações químicas e produzir impulsos eléctricos? Ao longo da última década, os cientistas têm estudado as alterações do estado mental de monges budistas. A equipa de Richard Davidson, da Universidade de Wisconsin, fez medições precisas de voluntários com mais de dez mil horas de meditação, sobretudo de Ricard, e percebeu que este estado contemplativo estimulava zonas do cérebro associadas às emoções, nomeadamente às positivas, como aquelas que nos habituámos a ligar a estados de felicidade. Igualmente importante era o facto de, entre estados de meditação, as ondas cerebrais permanecerem intensas, sugerindo que era possível treinar o cérebro e controlar as emoções, mudando a estrutura da própria mente. Segundo Davidson, "os resultados mostram que a meditação pode mudar as funções cerebrais de forma durável". (...)
São enormes as implicações destes estudos. (...) Tudo indica que o cérebro pode ser treinado na idade adulta e até mudar a sua organização interna, algo que experiências com músicos também tinham demonstrado. A linha de investigação sugerida pelas experiências com o homem mais feliz do mundo não tem implicações apenas para a questão da felicidade e para a melhoria de vida de cada indivíduo, mas para coisas mais prosaicas, como o controlo do stress, a melhoria da atenção.
A história mostra ainda que a contemplação vale todos os bens materiais e que as contas bancárias não dão felicidade. O homem mais feliz do mundo não tem riqueza pessoal e vive num mosteiro nos Himalaias. A compaixão, o amor, o deslumbramento, a piedade, a clemência, a devoção, (...) resultam, afinal, de uma capacidade interior que podemos controlar.
"Tão enlevado sinto o pensamento que me faz ver na Terra o Paraíso" (Camões). O monge não diria de outra maneira."

2 comentários:

Sandra disse...

:) Fantastico! Acho que vou começar a meditar mais vezes. Uma injecção de felicidade de vez em quando não era nada mau!!
beijos

gato xara disse...

Sim... Na nossa felicidade somos nós os grandes respnsáveis! Haja mais disciplina e entrega, a nós próprios, para podermos irradiar de forma profunda, para tudo e todos que nos envolvem :-)