domingo, novembro 04, 2007

o septuagésimo oitavo miado

O Gato foi à procura do significado da palavra "Pia". Achou no seu dicionário, mas não se satisfez com a lista. Avançou para "Piedoso", reverteu para feminino e achou o que queria. Obviamente que já sabia o significado, mas sentiu ser necessário uma confirmação isenta: que tem piedade; misericordioso; compassivo; religioso.

O Gato foi à procura da palavra "Pia" porquê? Quis tentar perceber o significado da Casa Pia. E porquê? Depois de ver - e ouvir - uma entrevista na televisão com uma cidadã chamada Catalina Pestana. Esta cidadã formulou frases envolvidas por uma linguagem corporal que completavam a mensagem. A mensagem existiu para quem a quisesse ouvir, e podia-se querer ouvir de múltiplas formas - crítica, acrítica, preconceituosa, dogmática, aberta, fechada, reveladora, inspirada e/ou inspiradora, luminosa; pode-se ouvir de forma breve, ou pode-se ouvir de forma a que a mensagem perdure e se multiplique doutras formas e por outros canais. O Gato ouviu.

Ouviu e ao mesmo tempo: Porquê? Porquê? Porquê?

E haverão mais porquês, mas o principal tem a ver com as áreas tenebrosas do ser humano, não propriamente com a questão já de si tenebrosa da manipulação e exploração abusiva de outros seres claramente frágeis e/ou fragilizados, mas muito mais com o simples imaginar de que o pior cenário se confirma: que o Poder tem uma dimensão ainda mais incrivel de podridão e maldade, e que esse Poder é que nos governa. E se vivemos com esse Poder que Governa o Estado, então, se o Estado somos todos nós, e se compactuamos com ele, então, somos todos formidavelmente podres, ainda mais porque queremos permanecer no leito doce da Ignorância.
Fiquemos atentos. E que uma Verdade, mais forte e mais poderosa, exista e permaneça, impiedosa...
Precisamos também, entre outros valores, de Piedade, Misericórdia, Compaixão, Religiosidade. E de usarmos como deve ser o(s) sentido(s) do OUVIR.

Sem comentários: